domingo, 2 de novembro de 2008

Amoroso - João Gilberto (1977)

AMOROSO

Ele, João, o criador e recriador.
O disco de João começa wonderful, com a música ‘S Wonderful’ (hohoho). Realmente auto-explicativa. Sotaque quase engraçado do baiano, mas lindo e sensual, como só microfones excelentes permitiram a João quase não cantar.
Mais uma ‘estrangeira’ (bullshit, música é boa ou não, e só), ‘Estate’, que João torna brasileira (?), ou melhor, baiana, ou melhor, sua. É mais do que sufuciente, o disco poderia terminar aqui já.
‘Tin tin por tin tin’, de Haroldo Barbosa e Geraldo Jaques, começa o repertório nacional, narra um fim de relação, daquele modo dolente e genial que só o samba-canção tem. ‘Você tem que dar, tem que dar, o que você prometeu, meu bem; Mande meu anel de volta...’ (quem sabe não é uma inspiração do ‘segundo sol’???).
João aqui nesse disco tem acompanhamentos, bateria, baixo e cordas conduzidas pelo onipresente Claus Ogerman. Mas é ele sempre totalmente à frente, em todos os sentidos.
‘Besame mucho’. A versão definitiva. Essa eu nem vou comentar. Se você nunca ouviu, feche esta página e vá navegar em outro lugar.
‘Wave’ segue mantendo o alto nível. Essa você já ouviu, a não ser que esteja chegando de Marte. A melodia perfeita na voz que a cantou melhor.
‘Caminhos cruzados’, também do Mestre Jobim, bela e inocente como a bossa-nova, mostra que o disco não tem ponto médio, muito menos baixo.
Mais uma do Tom, ‘Triste’, que beleza! Triste é viver na solidão. Sem João.
Pra fechar perfeitamente, ‘Zíngaro’, de Tom e Chico. Também conhecida como ‘Retrato em preto e branco’, não sei o porquê desse nome aqui.
O cd que eu tenho vem junto com o BRASIL, diretamente da Amazom, porque na época não estava em catálogo (!!!!!!). Depois vem um post com esse disco.

Houve uma época em que eu não gostava de bossa-nova. Houve uma época em que eu não conhecia João Gilberto, e não entendia chamarem-no de gênio. Coisas da juventude.

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