terça-feira, 10 de maio de 2011

Terminando a saga 20 anos de rock brasil



20 anos de Rock Brasil cd 4


Rá! Você achou que eu não fosse terminar, né? Mas é sempre bom finalizar um projeto, mesmo que inútil como esse blog, música, cultura ou arte em geral...

Eu sempre olhava pra esse último cd meio com estranhamento, pois na verdade eu achava que a coletânea era sobre o rock dos anos 80, quando na verdade o título é claro e auto-explicativo: 20 anos de rock, e não rock de 20 anos atrás, bundão! E esse cd traz o rock dos anos 90.


Então vamos lá: começamos com os decanos Titãs, com a música do cd de renascimento 'Acústico' (que inclusive teve um filhote volume 2!) 'Os cegos do castelo', uma das poucas inéditas do disco, ainda cantada pelo agora solo Nando Reis. Música legalzinha, os Titãs têm muitas outras melhores.


Depois vem o Rappa, com certeza a melhor banda dos anos 90 e (mais ou menos) na ativa até hoje. 'Pescador de ilusões' não é a minha preferida, mas é hit pop reggae e cantada até hoje nos (cada vez mais raros) shows da banda.


'Por você' é uma música atípica de um disco atípico (Puro êxtase, com abordagem dance eletrônica) do Barão Vermelho, mas é uma belíssima balada entre as muitas já compostas pelo grupo.


Cidade Negra é uma banda antiga (com o nome de Lumiar), ainda dos anos 80, mas na época não fazia sucesso. 'Falar a verdade' ainda é cantada pelo Ras Bernardo, o antigo e desconhecido vocalista, depois substituído (ou saído) pelo Toni Garrido (vindo da banda Bel, não a baiana), quando a banda virou pop e merecidamente estourou a boca do balão.


O Skank traz um reggae tipo dancehall (vai no google, Zeba!), estilo no qual começaram, depois enveredando por um caminho mais rock anos 60 com pitadas de Clube da Esquina. 'Garota nacional' é um mega hit do disco 'Samba poconé'.


Tem gente que adora, tem gente que odeia. Eu gosto de Charlie Brown Jr, acho animado, bom pra festa e sessions de skate, principalmente os primeiros discos, ainda com a banda original azeitada e mais pesada, mais ligada no hardcore ou grindcore. 'Proibida pra mim (grazon)' podia ser uma balada, e assim foi gravada pelo Zeca Baleiro.


Raimundos sempre foi uma banda engraçada e com talento pra escrever quase-baladas grudentas. Aqui eles atingem o auge, numa música eterna, 'Mulher de fases', com um finalzinho com cordas e tudo! É do único disco deles que eu não tenho, 'Só no forevis'.


'Mantenha o respeito' é o hino definitivo do maconheiro bem educado, aquele que pede se pode acender no carro ou se deve ir fumar lá fora pra não incomodar. 'Usuário', já comentado por aqui, é um crássico desde sempre! É uma pena o grupo estar inativo, mas a carreira do D2, do BNegão e do Black Alien mantêm a tocha (entre outras coisas) acesa.


'Minha alma (a paz que eu não quero)' é uma bela composição do Rappa, daquele que é o seu melhor álbum, o 'Lado B lado A', o último com o compositor e baterista Marcelo Yuka. Deu origem a um belíssimo video.


'Anna Júlia' é um dos raros pop perfeitos criados no Brasil, o que levou o grupo Los Hermanos de um mundinho alternativo carioca para uma super-mega-ultra exposição nacional, o que levou a um previsível desgaste e antipatia por parte dos ouvintes. Mas a pérola resiste, mesmo que ninguém consiga ouvir mais...como os amigos daqui dizem, está de quarentena por alguns anos. E depois a banda se redimiu e fez um dos melhores discos ever, já comentado aqui pelo amigo e baixista Paulinho.


'Fácil' também é um pop muito tocado em festas, baladas e exposições agropecuárias Brasil afora e adentro. O Jota Quest é isso, sem vergonha e com muita vontade de ser isso, e são bons músicos e eficazes. Tem quem goste, eu até ouço se estiver tocando, mas pagar por isso...


Quase acabando o cd, vem o ex-Titãs Nando Reis, com uma música que a princípio foi gravada pela Cassia Eller e depois gravada pelo autor no disco solo 'Infernal', e em seguida regravada pela Cássia no seu estourado 'Acústico'. Essa música já foi interpretada por amigos aqui do blog sob uma ótica pornô-cosmológica, mas como eu não estava presente, vou me abster. Se alguém quiser anexar um adendo, fique à vontade.


Pra terminar o sempre pop Kid Abelha, agora sem 'os abóboras selvagens', trazendo aqui uma versão de uma música do síndico Tim Maia, 'Não vou ficar', animada e pra cima, com um sonzaço, presente no disco 'Tudo é permitido'. Mas podiam ter colocado aqui uma música própria, né?


Então é isso, terminou. Até que lancem '30 anos de rock brasil' incluindo os anos 00...

6 comentários:

  1. Parabens Dão, pela determinação em concluir a coleção. Sendo certo que não entendo muito do assunto, achei este o pior. Pô não salvou umazinha!

    Esse é daqueles que nem se pode esconder entre os cds de musica classica, perdido no meio do todo. Esse é o problema de Box.

    ZEBA

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  2. Desculpe o comentário meio inapropriado (e atrasado) mas... não havíamos combinado de não resenhar coletênas? [M]

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  3. Quando eu indiquei a trilha sonora da novela Pai, isso foi meio que levantado. Depois, ainda indiquei o "REI" com vários interpretando o Robertão. Ocorreu o que chamamos de aceitação tácita de disco com vários intérpretes. Assim, a culpa é minha. Ademais, ainda não houve o avacalhamento com coisas tipo "o talento de..." ou "coleção millenium com..."

    ZEBA.

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  4. Alías, Mateus, temos mais é que agradecer. Esse pelo menos não tem uma capa com um minotauro empalando um querubim demoniáco sob os olhares do arcanjo Gabriel.

    ZEBA

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  5. Nessa, você tem dupla razão... Além do que, pra resenhar 1001, acho que as coletânes serão muito bem-vindas... E mais, acho que é uma tradição da fonografia (huuuuummmm!?!?!? isso existe?) brasileira, então acho totalmente aceitável. Quando fiz a observação era pelo fato de que, o único critério que foi inicialmente adotado, foi jogado no lixo. Blogue anarquista ein? Fodam-se os critérios... [M]

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  6. Seguindo o que o Zéba comentou, sugiro que não haja resenha de coletâneas "Millenium", "The best of", etc, já que essas os autores não têm nenhum domínio sobre a seleção, sendo apenas feita por critérios comerciais da gravadoras. Nem os músicos ganham (aliás, nem sabem) com essas coletâneas. Por favor...
    Paulo

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