terça-feira, 31 de maio de 2011

Krig-Ha Bandolo!, Raul Seixas



Toca Raul, né?! Só tinha um por aqui, falha lamentável. Por falar nesse único post, ele foi comentado por dois colaboradores, tomara que isto se repita com este aqui, sintam-se à vontade para agregar suas impressões e experiências ao clássico do nosso Maior Herói Cult Underground Alternativo e Maluco!

Na verdade isso seria muito legal, um disco com todos nossos colaboradores (inclusive aqueles que ainda não colaboraram...), qual seria o mais próximo da unanimidade? Porque o blog é sobre música, mas também é sobre nós mesmos.


'Krig-Ha Bandolo' parece uma invocação mágica, mas é uma expressão usada nos quadrinhos do Tarzan, um grito de guerra que significa 'cuidado com o inimigo'.


Este aqui é o primeirão solo, também o que inaugura a produtiva e criativa parceria com o compositor e Mago Paulo Coelho.


O disco começa estranhíssimo, com uma gravação de Raul aos 9 anos cantando o clássico do rock'n'roll 'Good rockin' tonight'.


E já emenda com um dos muitos clássicos eternos de nosso querido roqueiro baiano, 'Mosca na sopa', que mistura capoeira com rock'n'roll! Gêêênio!!!! Tudo que incomoda cabe aqui, e MUITA coisa incomoda, não é mesmo?!


Mais um clássico absoluto, 'Metamorfose ambulante', muito cantada e pouquíssimo praticada.

"Prefiro ser essa metamorfose ambulante

do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"

Perfeita, redondinha, intro com vocais femininos inspirados, versos afiados, guitarra bonita, refrão no início de surpresa, depois de novo mais empolgado e uma melodia dificílima de manter afinada naquela modulação no meio...pegadinha antecipada para a praga dos karaokês...


'Dentadura postiça' é muito legal, só pouco conhecida porque o repertório do disco é muito foda mesmo. Country acelerado, rimas inteligentes, letra afiada. Raul.


'As minas do Rei Salomão' é mais um country, um pouco mais conhecida, em algumas rodas de violão pelas últimas gerrilhas hippies pelo Brasil adentro às vezes alguns cantam junto depois do indefectível bordão nacional: "TOCA RAUL". Sempre, sim, senhor. A versão mais recente, da última versão 'remasterizada', tem um efeito de modulação na voz que eu nunca tinha percebido.


'A hora do trem passar' é uma daquelas belas baladas quase bregas dele, mais uma desconhecida pela comparação. Pianão e um teremim(?).


'Al Capone' é a anima festa/show/bailão. Mas ainda é uma letra atemporal, pelo que têm de eterno seus personagens e situações históricas. Nada bobo o nosso herói metafórico. Mas talvez inteligente e pioneiro demais pra ser perigoso no seu tempo.


'How could I know', em ingrês mesmo, dizem que foi em homenagem a Elvis, mas a letra cita palavras de Dylan. Ou eu viajo também, vai saber...


'Rockxixe' é das minhas preferidas, metais bonitos, arranjo vigoroso, letra muito confiante pra um primeiro disco. Toca Raul, porra! Mas toca essa aqui!!

"o que eu quero eu vou conseguir

pois quando eu quero todos querem

quando eu quero

todo mundo pede bis"


'Cachorro urubu', baladão de estrada, quase uma vinheta. Legal.


E o disco termina literalmente com chave de ouro, 'Ouro de tolo', uma letra provocadora pra sacudir (mas que traz um mito erradíssimo, o tal 'que só usa 10% de sua cabeça, animal', o cérebro não é assim; pois é, Raul também erra; nem vou comentar sobre discos voadores pra evitar ser pára-raio de maluco, mas tem gente que acredita que o homem não foi a lua, não tem?), um vocal aparentemente desleixado que me incomodava muito. Mas o cara foi produtor, caprichosíssimo e atencioso em tudo, do geral aos detalhes. Ele queria que fosse assim. E é uma música louca e linda.


Toca Raul sim, de novo, maluco.

4 comentários:

  1. Parabéns, (finalmente) uma obra-prima, hahahh haaahh hahha... [M]

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  2. Super linda Dão... Parabéns!
    [ANDRÉA]

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  3. Faltou dizer: "este post é dedicado ao Roni..."

    [M]

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  4. A capacidade mental do homem pode ser ampliada,mas até hoje tem sido limitada.concordo com o Raul.

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