quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rock'n'roll vai rolar e vai direto...


Quem começou a escutar o Barão Vermelho a partir daqui pode até se perguntar: "Quer dizer que eles tiveram outro vocalista antes do Frejat?".

Sim, há uma diferença clara entre o Barão da era Cazuza e o novo Barão. Perdas e Ganhos. Pessoalmente prefiro me ligar nos ganhos. É claro que Cazuza levou a poesia... ela foi embora e as letras desta nova fase algumas vezes beiram o ridículo. Mas Frejat tem voz mais bonita, mais empostada e soube encaixá-la magistralmente no novo som da banda. Sem o beija-flor e o tecladista Maurício Barros, o Barão adquire novo formato com a entrada de um novo guitarrista, Fernando Magalhães, e do percussionista Peninha. O resultado é uma banda mais vermelha, mais sanguinária do que jamais havia sido antes!

Outro ponto alto aqui é que o som ao vivo ficou muito bem captado e resolvido. É um disco muito bom de escutar, no talo então!... Vez em quando o pessoal tá enrolando pra levantar da cama lá em casa e junto com Tie Your Mother Down esta trilha é excelente na função de "levanta veiaco"!

O repertório ainda está cheio de canções da era Cazuza (é claro!), mas as versões aqui são definitivas. Ponto Fraco, Carne de Pescoço e Pro Dia Nascer Feliz tem suas versões definitivas aqui, muito melhores que as originais. Bete Balanço, Não Amo Ninguém, Porque a Gente é Assim também não deixam a peteca cair e são, no mínimo, tão boas quanto (as de estúdio). O Dão que gosta de gravações e estas coisas há de admitir que o sonzinho dos dois primeiros discos do Barão é muito magrinho... Não sei se era falta de capacidade técnica do estúdio ou da produção ou se foi intencional, o fato é que a sonoridade do Barão ficou no meio do caminho entre o rock e a new wave.
Ao Vivo não tem pra ninguém... New Wave? que é isso? marca de tênis? Roquenrrou tupiniquim da melhor qualidade este disco ainda trouxe duas músicas da era pós-Cazuza, a sensacional Pense e Dance (minha favorita da banda) e Quem Você Pensa que é? (composição inspiradíssima do Frejat), além da inédita Rock do Cachorro Morto e a homenagem à inspiração primeva (I Can't Get No) Satisfaction (o wikipadia informa ainda que uma edição relançada em 1998 incluía ainda 3 músicas. Não vou comentar porque não conheço a edição referida).
O título do disco originalmente é Barão Vivo. Talvez para lembrar que uns se foram, mas o Barão continuava (então) vivo, reinventado e mandando ver. Peça fundamental da discografia de rock brasileiro.
[M]

Um comentário:

  1. Putz! esse disco é do c. "Quem vc pensa que é" é maravilhosa. Uma das frases mais deliciosas para se falar com um idiota quando as circunstancias exigem.
    É preciso por o dedo na ferida: como intérprete Cazuza era afetadíssimo, acertava mais que errava, mas errava feio tb.
    ZEBA

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