sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Viola extrema - Moda de rock


Hoje, pra variar, um pingo de bizarrice e uma colherada de metal!
Esse projeto é muito legal, formado por dois violeiros, que já participavam do grupo Matuto Moderno, "uma banda que já toca o som caipira com uma pegada rocker: viola caipira com pedais de distorção, slide, teremim, o que puder ser utilizado para dar uma roupagem moderna e pessoal no som". Muita coisa estou copiando mesmo daqui:
http://www.modaderock.com.br

Antes uma discussão sempre produtiva, mais pela pergunta frequente do que pela impossibilidade de resposta definitiva: o que faz um disco ser brasileiro e, por consequência, poder ser postado aqui?
Em primeiro lugar, já aviso: vou postar aqui o que eu quiser. Isso aqui é para diversão, minha e de todos os colaboradores, principalmente. Se alguém gosta, ótimo; senão, foda-se.
Mas voltando à pergunta, já incluí aqui o do Tom com o Sinatra, e justifiquei pelo fator 'o que', tocavam música brasileira, bossa nova ou standards da música americana com arranjos próximos da bossa, o que os aproxima do fator 'como'.
Que também está presente aqui, afinal tocam viola. Mas também há o fator 'quem', os caras (Ricardo Vignini & Zé Helder) são brasileiros, o que justifica por exemplo todos os discos do Sepultura.

Esse fator 'como' será retomado em breve num dos discos mais bizarros que tenho em casa, e que, provavelmente, mesmo assim com muitas dúvidas, só agradará ao Mestre X, porque gosta de punk e ironia. Aguardem.

Outra coisa é que esse foi o primeiro disco virtual que comprei via itunes! Quase dez doletas...devia ter pesquisado e comprado o cd mesmo.

Então vamos ao disco, dessa vez sem comentar faixa por faixa pra não entediar o Baiano: trata-se de várias canções de rock, hard rock e heavy metal que fazem parte do histórico de quase todo metaleiro dos anos 80, interpretadas com muita fidelidade, mas pela sonoridade, ficam às vezes irreconhecíveis pra quem não é obcecado e conhece todas os riffs e frases:

1. Kashmir (Led Zeppelin): perfeita, o Jimmy Page até tem uma viola e uma craviola, ficou linda mesmo (acho que vou comentar faixa por faixa...);

2. Master of Puppets (Metallica): essa versão acho até que o Mateus vai gostar mais do que da original, detalhista ao extremo, foi a que me motivou a postar o cd hoje, ouvindo e viajando na beira da piscina ontem de manhã (é, não trabalho todo dia, graças a Deus...), ao mesmo tempo a levada é bem violeira mas as linhas de guitarra são iguais!!

3. Norwegian wood (Beatles): mais uma que tem tudo a ver, começa com uma introdução meio livre e depois segue a original, sonoridade meio oriental, que também tem a ver com as violas;

4. In the flesh (Pink Floyd): essa acho a mais estranha, a eletricidade faz falta, mas de qualquer jeito ficou bonita;

5. Kaiowas (Sepultura): uma das poucas com mais improvisação em cima da base original, é a única com alguma percussão, por conta do 'palmeado e sapateado de catira' do Edson Pontes;

6. May this be love (Jimi Hendrix): essa ficou lírica, tem um arco  (aquela paradinha que usam pra tocar instrumentos de corda eruditos, viola, violino etc) no comecinho, cheia de virtuosismo;

7. Aces high (Iron Maiden): mais uma extremamente fiel às linhas originais de guitarra, mas o mais legal são as levadas aceleradas de viola;

8. Mr Crowley (Ozzy Osbourne): lindona também, explicita as raízes clássicas do Randy Rhoads, guitarrista do Ozzy na época dos primeiros discos, mas a levada é bem típica de viola, mesmo os solos estarem extremamente fiéis ao original;

9. Smells like teen spirit (Nirvana): uma das menos fiéis, demora-se pra reconhecer, mas quando começa a melodia não tem como não cantar junto; o solo é mais improvisado também, provavelmente pra fugir do original, que repete a melodia;

10. Hangar 18 (Megadeth): ficou com cara nova, bem legal e fiel às dobras de guitarra e levadas rápidas alternando com partes lentas;

11. Aqualung (Jethro Tull): termina bem o álbum, também fiel às guitarras, com as violas fazendo até aquela virada de bateria do começo, maneiríssima.

O legal, entre outras coisas, é que o disco é em estéreo total, você ouve uma viola de cada lado!!! Zé Helder no canal esquerdo e Ricardo Vignini no direito, dobras no centro em Kashmir, com participação especial de Renato Caetano no centro em Aqualung.

Produzido pelo Ricardo e mixado no Abbey Road!

(Dão)

Um comentário:

  1. Não conhecia esse disco...e a resenha serviu para atiçar a curiosidade.
    Muito bom! Valeu a dica
    Paul

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