Esse aqui não deixa de ser um álbum solo também porque antes o Otto era percussionista da banda mundo livre s. a., mas ele ficou realmente conhecido como artista solo.
Excepcionalmente, farei um post minimalista, até porque o cd permite isso...
Há duas grandes músicas no disco, as duas primeiras: 'Bob' e 'Low'.
A primeira (que tem um video muito legal 'filmado ao contrário', se não viu procure no youtube) começa lentinha, com uns tecladinhos maneiros, depois vai crescendo, com os elementos entrando em camadas (recurso trazido da música eletrônica): bateria a princípio leve, baixo sintetizado, vozes, etc, uma música com muita dinâmica, como todo grande música. Além disso tem a participação da Bebel Gilberto, coincidentemente o outro cd que trouxe para talvez postar hoje, numa voz etérea e linda.
Já 'Low' tem um groove sensacional, tecladinhos vintage, um baixão forte, boas vozes e uma percussão muito muito legal, juntando tudo com uma letra em francês (o cara morou em Paris por dois anos) resulta numa ótima surpresa.
As minhas expectativas depois de ouvir esse começo eram altas, claro, mas infelizmente as outras não correspondem...
Não que sejam ruins, mas ficam longe das ótimas iniciais, merecendo citação 'Tv a cabo/ o que dá na lama' (com o verso "acabo de compra um tv a cabo/ acabo de entra pra solidão, acabo") e 'Distraída pra morte' com uns sopros bem legais (fluegelhorn e trumpete a cargo do Walmir Gil).
O disco tem aquela cara de mistura experimental com percussões, rap com repente e forró, drum'n'bass e outros estilos de música eletrônica, até cantigas de roda entram, acertando às vezes, às vezes errando feio.
Mesmo 'O celular de Naná', que traz como música incidental 'O chapéu tá no alto do céu' de Naná Vasconcelos (que incrivelmente ainda não tem nenhum disco por aqui), é meio frouxa e o Otto dá umas derrapadas na afinação.
Mas é um disco que merece estar aqui, simplesmente porque as duas músicas iniciais são MUITO boas mesmo, excepcionais eu diria.
Há muitas participações especiais, incluindo membros da Nação Zumbi (Gilmar Bola 8, Pupilo, Dengue e Lúcio Maia), Fred 04, Skowa, Zé Gonzales, entre muitos, até mesmo Carlos Eduardo Miranda, citado como tocando 'porta' (????) na música 'Café preto'...
A produção é de Apollo 9 com participação do DJ Soul Slinger em duas músicas.
(Dão)
Massa tua resenha Dão! Esse cd foi só o começo... e Bob, na minha opinião, é até hoje uma das melhores músicas do Otto.
ResponderExcluirBeijo
[A]
Galera reclama do Lenine, magina do Otto...
ResponderExcluirGalera tá por fora...
ResponderExcluir[A]
Vc vai me desculpar, Dao, mas discordo de vc. Esse eh o primeiro grande disco eletronico brasileiro e concorre pra isso a qualidade das musicas e dos arranjos. Claro q todo disco tem musicas q se destacam, mas eh quase impossivel manter a media (Revolver tem Yellow Submarine) e isso nao diminui as outras (a nao ser Yellow Submarine, q eh chatissima). Escuto ate hoje, acho o melhor disco de Otto. E pra nao dizer q so vim encher o saco, engordo o coro com [A] e [M], parabens pela escolha! Disco fundamental nesta lista.
ResponderExcluirAbraco, LM
Já que o Otto tá fazendo a alegria da galera...Outro cd super bom (quer dizer, eu gosto de todos os cds dele) é o "Certa manhã acordei de sonhos intranquilos". As músicas "Meu mundo dança" com o Lirinha é uma maravilha e "Lágrimas negras" com Julieta Venegas é outra muito boa também.
ResponderExcluirEste cd merece ser resenhado!
[A]
Olha..o disco novo dele, "The Moon 1111", é, na minha modesta opinião, o melhor trabalho dele. Foi lançado esse mes, mas antes mesmo já estava disponível (vazado) na internet. Recomendo fortemente.
ResponderExcluirEsse citado aqui tb é bom..bela resenha
Otto ta bombando no blog. Rara unaimidade. Esses ultimos, nao conheco. Vou correr atras. Valeu! LM
ResponderExcluirAndrea, acho q essa música 'lagrimas negras' foi gravada num disco muito legal de uns produtores paulistanos, nessa quem canta é a Pitty, o disco se chama '3 na massa', se não me engano.
ResponderExcluirBaiano, eu gosto de 'yellow submarine'...mas discordamos em paz, acho q as intenções são muito melhores do q o resultado neste disco aqui, além de uma frequente desafinação na voz, as outras composições não acompanham nem de perto as duas primeiras, muito irregular.
Do Otto tb tenho o 'Comdom black', q o Mateus já resenhou por aqui.
Posta esse novo, Paulinho, às vezes novidades fazem falta por aqui.
abçs, Dão
Nananinanão, a resenha do Condom Black é da Andréa, não minha... É meu disco preferido dele (gosto também do Sem Gravidade): a cota de boas músicas sobe de 2 para 4 ou 5. Esse dos sonhos intranquilos eu acho chato. Esse 1111 eu nem sabia que existia. Mas no geral acho o som dele legal... [M]
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