Apesar de estar sentindo falta das caveiras e do heavy metal por aqui, postarei essas coletâneas da Warner em 2 volumes, mais uma vez pra resgatar bandas quase desconhecidas (ou quase conhecidas) que sem isso nunca apareceriam por aqui. Tem de tudo, das pérolas ao lixo, do luxo à irrelevância.
Outro dia ouvi sem parar no carro e fiquei pensando que cabia aqui, mesmo com as condenações a coletâneas e blablablah, pra citar bandas de poucos (ou únicos) sucessos.
Então mais atenção a estas, as mais conhecidas eu vou só citar.
Volume 1
Começando pelo pop Lulu, com 'Tesouros da Juventude' e 'Areias escaldantes', sempre relevante apesar dos protestos de amigos por aqui.
Depois vem a banda Brylho, do Claudio Zoli e do mestre baixista Arthur Maia, com duas canções, a sempre tocada e eternamente reinterpretada 'Noite do prazer' e a desconhecida 'Cheque sem fundo'. A primeira é realmente muito legal, com timbres e improvisos legais, se beneficiando do fato de não usar overdrives/distorções numa época em que isto era muito mal gravado. Como cantavam uns amigos bêbados, "tocando de bikini sem parar"... A segunda é obscura mas tem um naipe de metais muito legal.
O sempre pop Kid Abelha comparece com as manjadas 'Pintura íntima' ("fazer amor de madrugada") e 'Por que não eu'. Paula Toller ainda não cantava tão bem quanto hoje, alguns maldosos até diriam que ela também não era tão gostosa quanto hoje...
'Sou boy' é uma das clássicas do Magazine, que também traz a música 'Kid Vinil', fraquinha e com derrapadas na afinição por conta do Kid Vinil, "o herói do Brasil'...
Aí vem o desconhecido (merecidamente, digo) Agentess, com 2 músicas nulas: 'Professor digital' e 'Cidade industrial'. Em frente...
Mais uma quase nulidade, o grupo/banda Azul 29, com 'Video game' e 'O teu nome em neon'. Já estou quase arrependido de postar essas merdas...essa última até que tem uma guitarrinha legal ali pelo meio, mas é só.
O genial Ultraje a Rigor comparece com 2 músicas ('Inútil' e 'Mim quer tocar') nas versões que saíram em singles, bem inferiores às do disco 'Nós vamos invadir sua praia' (que inclusive virou nome da biografia da banda, vc já leu?). Nada como uma boa produção e bons timbres pra melhorar uma banda.
O Ira! traz 2 boas músicas ('Pobre paulista' e 'Gritos na multidão'), acho que nas versões de singles também, o Nasi desafina direto, porra...vale pelo Scandurra!
E tem até Titãs: 'Sonífera ilha', ainda muito legal mesmo com aquele sonzinho de radinho de pilha AM, e 'Toda cor', menos conhecida mas também legal.
Volume 2
Eu acho Gang 90 & as Absurdetes supervalorizado, boas ideias mas sem conseguir uma concretização à altura. De qualquer modo, aqui eles trazem a boa composição e seu grande sucesso (e com som até que bom) 'Perdidos na selva'.
O Magazine retorna com mais 2 sucessos legais: 'Tic tic nervoso' e 'Comeu' (vcs sabem, da trilha da novela 'O gato comeu').
E dá-lhe mais Ultraje, agora com mais 2 nas versões do disco, bem melhor acabadas: 'Eu me amo' e 'Rebelde sem causa' (geniais, diga-se aqui!).
Surpresa: a banda Gueto, que acho que foi produzida pelo Nasi (que acho que até canta aqui, um rap com sotaque paulistano!), meio funk meio rap, diferente e original. 'Borboleta psicodélica' é bem legal, quase Red Hot Chilli Peppers dos primeiros discos, pra citar uma referência mais próxima. 'Você sabe bem' é um pouco mais pop, sem deixar de ser funky.
Leoni, ex-Kid Abelha, é um cara pouco badalado hoje, mas é um excelente compositor; além de suas contribuições pro Kid, fez boas canções pra banda meio solo dele, os Heróis da Resistência, e o faz até hoje, fora do circuito mais visível. Aqui vem com uma boa música em versão remix: 'Nosferatu' (MUITO legal, com um solinho esperto de trompete, riffs de metais bem sacados e uma guitarra com sonzaço).
"Morro de tédio e tristeza
quando você vai pro trabalho
e fico em casa deitado
solidão de Nosferatu"
'Kátia Flávia' é sensacional, um rap pioneiro nos ares praianos cariocas, criativo e com aquele dom do Fausto Fawcett de descrever uma história interessante numa canção, bem dentro do contexto da cidade babilônia, além da guitarrinha suingadíssima (arrisco apostar no Fernandinho Vidal). Tem mais um música dele, 'Santa Clara Poltergeist', mas não se compara a esta.
Aqui aparece uma banda bem parecida com o Gueto, a Clínica, que eu nem lembrava...a primeira música, 'Trauma' chegou a tocar nas rádios, se não me engano, legalzinha. Já 'Observatório' é dispensável, mas com um solo de sax improvável.
Eu não lembrava da banda Luni, legalzinha mas completamente esquecível, na mesma onda Gueto/Clínica, devia ser o hype da época (e como avisa o Public Enemy, "don't believe the hype"). Chatinha e datada, apesar das boas intenções nas duas canções, 'The best' e 'Rap do rei' (acho que agora lembrei, esta era da novela 'Que rei sou eu').
Ahá!!! Os Mulheres Negras! Boas composições, boas ideias, bons arranjos, parafraseando o amigo boleiro Chico: 'música é simples'...mentira, fazer o simples, bem feito e redondinho, com criatividade e apelo popular (por que quem quer tocar pra si mesmo?) é difícil pra caralho. Duas músicas aqui : 'Música serve pra isso' e 'Só telelê' (o que será isso???). Guitarrinha maneira, meu!
Pra terminar, uma banda da qual eu nunca ouvi falar, Rabo de Saia com a música 'Um amor destrambelhado'. Meio bizarro e curioso.
Vale pela lembrança, os anos 80 tiveram muita coisa boa mas muita coisa ruim também. Como em qualquer época, aliás.
Luni nao era a banda da Marisa Orth?
ResponderExcluirSim
ExcluirAcho que sim, mas depois teve essa aqui também, engraçadíssima, principalmente ao vivo...
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=zTL8uM5Alv0