Como a Andrea sugeriu, vamos botar fogo no blog!
Comecei a fazer esse post e fui conferir, porra, será que não tem este álbum no blog, porraaaaa? Não tinha, mas é indispensável.
Claro que, em comparação com o primeiro, qualquer disco pareceria menor, mas este aqui é muito bom, diria excelente, e ainda tem 3 das melhores músicas nacionais dos anos 80!
Não acerta em todas, ou quase todas como o primeiro, dando umas derrapadas feias, mas o saldo é muito positivo.
Eu gosto de mulher é um maravilhoso início pra qualquer disco ou show, machista e divertida, mas não homofóbica, roqueira e festeira, animada e acelerada!
Dênis, o que você quer ser quando crescer? Pergunta de pai ou de professor, chata e geradora de ansiedade, principalmente para crianças ou jovens hiper-ativos, eu falo por exteriência própria...mas a música é legal, com muita guitarras legais e aquela letra sempre inteligente do Roger.
Em terceiro lugar, Terceiro, a música predileta do Zeba ou do Zedu, não tenho certeza. Mas um hino do espírito brazuca, ao lado de Inútil, Que país é esse, Até quando esperar, etc e tal. Por que se esforçar? Meritocracia não é pra latinos católicos, né, Weber, Xampu e Roger? Ou não? Voltemos à música, que é muito legal, com batida new wave tipo Rebelde sem causa, mas desacelerada, guitarras surf da melhor qualidade, refrão popular e até um solo de baixo no finalzinho, normalmente cortado pelas rádios fm da época...
Aí chega a primeira derrapada, A festa, uma música chata e arrastada, lenta e entediante, que nunca chega a lugar nenhum. Só salva um solo metal lá no meio, mas que soa meio deslocado na música meio Jovem Guarda (?). A letra é quase boa, sobre aquela onda adolescente de ensaiar o que fazer na festa, o que falar pra gatinha, essas coisas, que na prática nunca funcionam. FAIL...
E a segunda derrapada é logo na seqüência, Prisioneiro, o único heavy metal do grupo. É engraçado que se vc procurar resenhas por aí, principalmente em sites mais metal, tem pessoas que dizem que o grupo poderia ter ficado mais pesado, que o baixista Maurício Defendi (que canta essa música) saiu porque queria justamente isso e bla bla bla...mas a música é uma merda. E olha que gosto de metal, mas ainda bem que o Ultraje se manteve Ultraje.
Vá lá, a letra é inteligente e crítica e realista, mas isso é o mínimo pro Roger:
"Prisioneiro, prisioneiro, prisioneiro não
Se você me pegar eu vou chamar meu irmão
Com tanta gente roubando ninguém vai me pegar
Com tanta gente roubando ninguém vai me pegar
Sigo tranqüilo no meio ninguém vai me dedar
Vivo bem com o tráfico e com a corrupção
Se o negócio sujar é só tomar um avião (...)
Duvido que um dia isso possa mudar
Tem prá todos ninguém irá tentar
Me tirar o apoio e a posição
Me colocar enfim numa prisão (...)”
Essa música e a anterior são as últimas participações do guitarrista solo Carlos Bartolini (Carlinhos) com a banda, tendo ele ido pra Califórnia eu acho, pra estudar produção musical e engenharia de som, se não me engano.
No seu lugar, ou melhor, no lado B, entrou o também excelente Sérgio Serra.
O Ultraje é, em grande parte, Roger Moreira, pelas letras e concepção do grupo, mas por outro lado, o excelente som de guitarras dos dois primeiros discos deve muito a esses dois guitarristas, era realmente muito superior a tudo que se ouvia de guitarra no Brock. Aliás, a tudo que se tinha gravado de guitarra antes. Com ressalvas para as guitarras limpas do Lulu e dos Paralamas.
Começando o lado B, Sexo, sensacional, crítica e ácida, divertida e inteligente, dinâmica com partes só com baixo e bateria, barulinhos de guitarra, backing vocais u u uuuu, letra genial, até solo de flauta do Roger tem! Solo de guitarra matador no final.
Pelado é toda genial! Solo marcante de poucas notas, rock'n'roll animado de poucos (e bons) acordes, vocaizinhos divertidos e harmonizados, mais um solo veloz no meio e aquele final só com baixo (by Liminha) e bateria pronto pro strip tease...
"Que legal nós dois pelados aqui
Que nem me conheceram o dia que eu nasci
Que nem no banho, por baixo da etiqueta
É sempre tudo igual, o curioso e a xerêta
Que gostoso, sem disfarce, sem frescura, sem fantasia
Que nem seu pai, sua mãe,seu avô,sua tia
Proibido pela censura, o decôro e a moral
Liberado e praticado pelo gosto geral
Pelado todo mundo gosta, todo mundo quer
A é? É
Pelado todo mundo fica, todo mundo é
Pelado, pelado, nú com a mão no bolso
Indecente é você ter que ficar despido de cultura
Dai não tem jeito quando a coisa fica dura
Sem roupa, sem saúde, sem casa, tudo é tão imoral
A barriga pelada é que é a vergonha nacional"
Ponto de ônibus é legalzinha, diminuída pela anteriores, bons vocais, com guitarras bem sacadas e arranjadas diferentemente.
"Ônibus? Nããããããããããooooo...
Quando eu tiver dinheiro eu prometo que eu só vou andar de táááááxi
O que que eu tô fazendo aqui?"
Maximillian Sheldon, é meio mistura de surf music, trilhas de filmes (com referência a Agente 86, acho que é o nome do cara) e guitarras reggae, inclusive com solo de bateria do João Barone, muito legal, backing vocais fantasmagóricos, letra mediana e meio nonsense, o Roger tem crédito sobrando...
A última, Will Robinson e seus robots é quase uma instrumental, só com umas falas referentes ao seriado Perdidos no espaço 'perigo perigo' e 'cuidaaado'. Diferente. Edgar Scandurra faz guitarra base e solo!
(Dão)
TERCEIRO e PORRADA (titãs) são as musicas mais divertidas deste período. Toda vez que escuto não consigo deixar de rir! (ZEBA)
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