sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Maquinado - Lucio Maia



Prosseguindo com a série discos solos de músicos de bandas, faremos hoje um agrado ao amigo Baiano (que vem reclamando dessa série propondo mesmo um boicote terrorista às minhas publicações...), que eu sei que gosta do Lúcio Maia, com certeza um dos mais criativos guitarristas da (já não tão) nova geração.
O Mateus não gostou muito...
Sua banda principal é a fodona Nação Zumbi, já resenhada algumas vezes por aqui. Não vou dizer que é a melhor (talvez se o Chico ainda estivesse por aqui...), porque não dá pra esquecer o Rappa, o Planet Hemp (que em breve também terá discos de membros solo por aqui e são vários), o Skank etc. Além disso também participou do disco de estréia do Soulfly (banda solo do Max Cavalera, ex-Sepultura, sob a cobertura de um pseudônimo, Jackson Bandeira, por razões contratuais de gravadoras) e do EP Tribe. Faz parte do grupo Seu Jorge e Almaz (faça esse post, Baiano!) e atualmente, para desgosto de alguns (não meu), toca na banda de apoio da Marisa Monte.Esse disco tem algumas conexões com a banda original, claro, pela sonoridade em algumas músicas (não todas) e participações dos caras da banda em algumas músicas também.
Ao disco então: a sonoridade é bem eletrônica, mesmo sem deixar de lado a guitarra, instrumento principal do Lúcio.
'Arrudeia' começa com barulhinhos e um baixo distorcido muito legal, mas a estrutura da canção lembra uma ciranda, se é que alguém presta atenção nisso... Tem uma voz processada com aquele efeito vocodermeio bizarro.
Na sequência 'Não queira se aproximar', um encontro hoje usual entre a música regional e a música eletrônica, com voz do Buia (??), samba e um sample sem crédito 'sai pra lá, peste'.
'Tranquilo' traz o finado Speedy (ex-Black Alien) na letra e voz, um som mais pesado e acelerado, um heavy rap, maneiro, que começa com uma declaração falada bandeirosa: “Aí, compadre, tá tranquilo, amigo? É, tô tranquilo também, tô aqui, tranquilão, cigarrão de skunk na mão, copão de domec na outra”...
'Alados' traz Siba (ex-Mestre Ambrósio) e, mesmo com uma bateria eletrônica, parece bastante com essa banda, tem mais cara de canção, com aquela típica estrutura circular.
'Sem concerto' é cantada pelo próprio Lúcio, com voz cheia de efeitos, diferente, mais batida e suingada mesmo sendo ainda eletrônica, guitarrinhas bonitas, assovios, cheia de detalhes, sempre ouvidos melhor num headphone, é bom lembrar...qualquer um que fotografar os pesadelos de quem não volta a dormirvai andando, olhando pro céu,estará sempre a um passo de cair"
'Dia do julgamento' é uma instrumental (tem umas falas esparsas em inglês, acho) viajandona, do tipo que a Nação Zumbi inclui nos seus discos, aqui com um scratch do PG e uma guitarra muito maneira do nosso guitar hero!
'O som' também poderia estar num disco da Nação e tem o Jorge Du Peixe na voz e na letra, além de outros da banda.O convidado agora é Rodrigo Brandão, do Mamelo Sound System, no hip hop sombrio 'Eletrocutado', suingada e eletrônica, com uma guitarra palhetadinha e discreta, Lúcio é muito bom mas discreto, toca pra canção.
'Despeça dos argumentos' traz o chato e sempre cansado Felipe S, do chato Monbojó, fica aquela cara de canção arrastada e que demora demais pra terminar...dispensável.
'Vendi a alma' é meio bossa nova com uns barulhos incômodos e temática heavy metal, bizarra e interessante, tendo o convidado Basa (nord lead, o que será essa porra?? e arranjo).
Vendi minha alma ao Diaboposso falar mal dele e da alma tambéme da sombra tirei um retratovou pregar no muro e não mostrar a ninguém”
'Além do bem' vem pra fechar bem o disco, trip hop chapado, com umas vozes etéreas lindas da Verônia Ferriani.
(Dão)

2 comentários:

  1. Olha só, ontem mesmo tava ouvindo o "Nação Zumbi ao vivo em Recife"e pensei no jeito de tocar guitarra do Lucio Maia. É uma guitarra de personalidade ein? acho bastante forte, pesada mesmo.
    Essa guitarra do Lucio sempre foi assim? na época do Chico Science tinha a impressão que era menos heavy...
    Mas sem dúvida o moço é muito bom. Eu sempre tenho a fantasia de tocar guitarra só pra fazer as coisas que o Lucio fazia nos primeiros discos no SCNZ...
    PS: e o moço, além de bom de música é bom de encarte também.
    [A]

    ResponderExcluir
  2. hahahahaha ta apelando Dao. Acabei de citar o Lucio Maia e o Almaz no último post. Tem resenha sobre ele a caminho. Grande abraço!

    ResponderExcluir