terça-feira, 4 de setembro de 2012
Amor pra recomeçar, Frejat
Mais um da série de discos solos de membros de bandas, no caso aqui uma exceção, pois a carreira solo do vocalista e guitarrista se tornou importante, fazendo com que divida seu tempo entre a banda original e a carreira solo, tendo inclusive se apresentado no último Rock in Rio 2011 (surpreendentemente no Rio!) como artista solo. A abordagem é levemente diferente do Barão, mais baladas e sons um pouco mais frequentemente acústicos, mas ainda naquela área pop rock.Os colegas de banda colaboram ativamente, sendo co-autores em várias faixas, principalmente o tecladista e co-produtor Maurício Barros, que atua junto com o saudoso e finado Tom Capone em quase todas as faixas.
Esse primeiro é pra mim o mais interessante, mas os três que eu tenho tem sempre alguma coisa bem legal.
Começa com uns sons meio eletrônicos, o que dá a falsa impressão de ser uma vibe 'Puro êxtase', o que não é real, apesar do uso desse tipo de sons.
Mas a canção 'Som e fúria' (cujo título vem de Shakespeare) é isso, uma canção, boa e forte, com guitarras legais, vozeirão e um refrão pra levantar a galera.
"E não adianta levar o mundo nas costas
a vida é cheia de som e fúria"
'Quando o amor era medo' é linda, letra confessional e bela, leve com slide bonito, bandolim e mais acústica.
"quando o amor era medo eu achava melhor acordar sozinho
quando o amor era medo a vida era andar por entre espinhos"
'Amor pra recomeçar' chegou a tocar nas rádios que ainda tocam pop rock, tem uma letra muito interessante (que tem partes que tenho impressão de que foram extraídas de um poema do Vinícius de Moraes, mas não deram crédito...), (mais) uma baladona pra platéia cantar junto.
"quando vc fica triste que seja por um dia e não um ano inteiro
e q vc descubra q rir é bom mas q rir de tudo é desespero
desejo que vc tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado ainda exista amor pra recomeçar"
Belas guitarras e um teminha ganchudo.
'Segredos' teve um video fofinho, de animação meio desenho, mais uma balada bela sobre nossas amadas...
Tem até um solinho de slide bonito além da orquestra dulcíssima com arranjo de Jaques Moerelenbaum.
"e eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
qdo começar a conhecer os meus segredos"
'Eu não sei dizer te amo' é mais uma balada, quase desanima...mas é bonita.
Ainda bem que vem 'Homem não chora', belíssima, cheia de detalhes sonoros, início com guitarrona com phaser (aquele efeito viajante de turbina de avião), alternando com partes de voz e piano e uma letra excelente. Termina com um dos solos mais bonitos do Frejat, muito legal ouvir a vávula fritando no final da música!!
"meu rosto vermelho e molhado
é só dos olhos pra fora
todo mundo sabe
que homem não chora"
A seguinte é bem diferente, um quase samba meio Luiz Melodia, 'Mão-de-obra ilegal', com participação e co-produção do Max de Castro, além do Dé (ex-Barão), Maurício Barros e Peninha.
"eu vi uma mina maneira
andando com um soldado
parecia estrangeira e
eu agora ando armado
o meuirmão morreu
meu primo se perdeu
a minha mãe pariu
e o meu pai sumiu
meu nome é Pimpolho
só conheço o caos
é olho por olho
aqui vencem os maus"
Parceria com Lenine e Arnaldo Antunes! Só pra irritar os amigos que subestimam o Lenine...
'Ela' é balada, claro, mas bem na ambientação 'Lenine', um violão dedilhado com cordas belas, dinâmica com um crescendo no refrão...ouça antes de falar, Baiano...
Um interlúdio carioca ixperto, 'Mais que perfeito', produzida pelo Max, mais suingadinha, com metais a la Tim Maia, guitarrinhas funky, pena que um pouco lentinha demais pro meu gosto.
'Você se parece com todo mundo' (Frejat-Cazuza), que tenho a impressão que já tinha sido gravada pelo Cazuza, é mais uma num clima acústico quase country, com slides e violões, letra amarga.
'No escuro e vendo' (Frejat/ Marisa Monte/ Arnaldo Antunes) é uma lentinha com o mais belo arranjo de cordas do disco por Jaques Moerelenbaum, linda canção, mas completamente diferente do repertório Barão.
'Voltar pra te buscar' é mais uma balada, esta mais rock, com banda (e que banda: Liminha no baixo, o Barão Fernando Magalhães na guitarra, João Barone na bateria e Maurício Barros), além das onipresentes cordas. Acho que o Frejat numa entrevista falou que era difícil resistir às cordas, eu entendo porque eu também sou assim, tenho muitos bancos de samples de cordas e sempre enfio... A música tem uma voz distorcida/processada e um bom solo de guitarra, coisa rara nesse disco.
Pra terminar pra cima, 'Sol de domingo' (Frejat/ Humberto Effe), um rock suingado com a cara do produtor da faixa, o Max de Castro, metais em brasa e mais um solinho de guitarra...
(Dão)
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