O Mateus não gostou muito...
Sua banda principal é a fodona Nação Zumbi, já resenhada algumas vezes por aqui. Não vou dizer que é a melhor (talvez se o Chico ainda estivesse por aqui...), porque não dá pra esquecer o Rappa, o Planet Hemp (que em breve também terá discos de membros solo por aqui e são vários), o Skank etc. Além disso também participou do disco de estréia do Soulfly (banda solo do Max Cavalera, ex-Sepultura, sob a cobertura de um pseudônimo, Jackson Bandeira, por razões contratuais de gravadoras) e do EP Tribe. Faz parte do grupo Seu Jorge e Almaz (faça esse post, Baiano!) e atualmente, para desgosto de alguns (não meu), toca na banda de apoio da Marisa Monte.Esse disco tem algumas conexões com a banda original, claro, pela sonoridade em algumas músicas (não todas) e participações dos caras da banda em algumas músicas também.
Ao disco então: a sonoridade é bem eletrônica, mesmo sem deixar de lado a guitarra, instrumento principal do Lúcio.
'Arrudeia' começa com barulhinhos e um baixo distorcido muito legal, mas a estrutura da canção lembra uma ciranda, se é que alguém presta atenção nisso... Tem uma voz processada com aquele efeito vocodermeio bizarro.
Na sequência 'Não queira se aproximar', um encontro hoje usual entre a música regional e a música eletrônica, com voz do Buia (??), samba e um sample sem crédito 'sai pra lá, peste'.
'Tranquilo' traz o finado Speedy (ex-Black Alien) na letra e voz, um som mais pesado e acelerado, um heavy rap, maneiro, que começa com uma declaração falada bandeirosa: “Aí, compadre, tá tranquilo, amigo? É, tô tranquilo também, tô aqui, tranquilão, cigarrão de skunk na mão, copão de domec na outra”...
'Alados' traz Siba (ex-Mestre Ambrósio) e, mesmo com uma bateria eletrônica, parece bastante com essa banda, tem mais cara de canção, com aquela típica estrutura circular.
'Sem concerto' é cantada pelo próprio Lúcio, com voz cheia de efeitos, diferente, mais batida e suingada mesmo sendo ainda eletrônica, guitarrinhas bonitas, assovios, cheia de detalhes, sempre ouvidos melhor num headphone, é bom lembrar...“qualquer um que fotografar os pesadelos de quem não volta a dormirvai andando, olhando pro céu,estará sempre a um passo de cair"
'Dia do julgamento' é uma instrumental (tem umas falas esparsas em inglês, acho) viajandona, do tipo que a Nação Zumbi inclui nos seus discos, aqui com um scratch do PG e uma guitarra muito maneira do nosso guitar hero!
'O som' também poderia estar num disco da Nação e tem o Jorge Du Peixe na voz e na letra, além de outros da banda.O convidado agora é Rodrigo Brandão, do Mamelo Sound System, no hip hop sombrio 'Eletrocutado', suingada e eletrônica, com uma guitarra palhetadinha e discreta, Lúcio é muito bom mas discreto, toca pra canção.
'Despeça dos argumentos' traz o chato e sempre cansado Felipe S, do chato Monbojó, fica aquela cara de canção arrastada e que demora demais pra terminar...dispensável.
'Vendi a alma' é meio bossa nova com uns barulhos incômodos e temática heavy metal, bizarra e interessante, tendo o convidado Basa (nord lead, o que será essa porra?? e arranjo).
“Vendi minha alma ao Diaboposso falar mal dele e da alma tambéme da sombra tirei um retratovou pregar no muro e não mostrar a ninguém”
'Além do bem' vem pra fechar bem o disco, trip hop chapado, com umas vozes etéreas lindas da Verônia Ferriani.
(Dão)
Olha só, ontem mesmo tava ouvindo o "Nação Zumbi ao vivo em Recife"e pensei no jeito de tocar guitarra do Lucio Maia. É uma guitarra de personalidade ein? acho bastante forte, pesada mesmo.
ResponderExcluirEssa guitarra do Lucio sempre foi assim? na época do Chico Science tinha a impressão que era menos heavy...
Mas sem dúvida o moço é muito bom. Eu sempre tenho a fantasia de tocar guitarra só pra fazer as coisas que o Lucio fazia nos primeiros discos no SCNZ...
PS: e o moço, além de bom de música é bom de encarte também.
[A]
hahahahaha ta apelando Dao. Acabei de citar o Lucio Maia e o Almaz no último post. Tem resenha sobre ele a caminho. Grande abraço!
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