Vamos aqui tornar mais elástica a tolerância deste blog! Pop sim, por que não?
Falando de sentimentos e experiências adolescentes e juvenis, esse álbum de 1985 até hoje soa moderno e tem letras atemporais.
Partindo de um título de um romance de Flaubert (viva o google!), o Kid Abelha, que à época tinha em seu nome o apêndice ‘e os abóboras selvagens’ (???) e hoje se chama Kid, fez um disco marcante pra todos aqueles que eram adolescentes na época e, porque não, para aqueles curiosos sobre músicas e letras relevantes no Brock.
1985: época do Rock in Rio, festival no qual o grupo aqui resenhado teve um desempenho sofrível, a Paula Toller na época achava que bastava o microfone. Desafinava... Mas depois fizeram a opção cjavascript:void(0)erta pelo profissionalismo.
Ao disco: inicia bem, com ‘Lágrimas e chuva’, uma música que tocou muito nas boates da moda e nas festinhas americanas (o que aconteceu com elas?), sem atentar para o fato que a letra é extremamente depressiva, o que ficou claro na releitura da música no disco ‘Audio retrato’, do Leoni (que receberá seu post também, claro). Por falar nele, este foi seu último álbum no Kid Abelha. Tem um solo assobiável do Bruno Fortunato, um dos guitarristas brasileiros mais subestimados, com um extremo bom gosto para timbres de guitarra limpos e solos discretos porém marcantes.
Segue com ‘Educação sentimental II’, que vem antes da I (?), música em parceria com Herbert Vianna (momento Caras: na época rolou um affair entre ele e a Paula, pra quem inclusive teriam sido compostas algumas músicas de fossa dos Paralamas). Letra boa (‘a vida que me ensinaram como uma vida normal tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal’; ‘agora você vai embora eu não sei o que fazer, ninguém me ensinou na escola, ninguém vai me responder’) arranjo bom, destaque do disco.
‘Conspiração internacional’ tem de relevante a idéia de que ‘todo mundo acho que o Rio de Janeiro não é bonito como foi no passado’, e só.
‘Os outros’ é a música que a Paula fez pra mim...hahaha, brincadeira, essa era (é?) a fantasia de todo adolescente que achava ela linda, e olha que ela é bem melhor hoje em dia. Mas todo mundo se imagina sendo a pessoa pra quem ela (ou alguém importante) canta a música. ‘Depois de você, os outros são os outros, e só’.
‘Amor por retribuição’ e ‘Um dia em cem’ são as músicas dispensáveis do disco.
‘Educação sentimental’ lida com o tema da estranheza da sedução (ou das tentativas e frustrações) na adolescência, fantasiando sobre o que se imagina ser o poder de ser realmente sedutor (‘ninguém vai resistir se eu usar os meus poderes para o mal’). Leoni é realmente um excelente compositor. Tem também um solinho legal do Bruno que emenda com o riff conhecido da música.
‘Garotos’ é outro ponto alto do álbum, apesar da música ser meio arrastada, não fazendo jus à excelente letra, que vale a reprodução integral:
Garotos gostam de iludir
Falando de sentimentos e experiências adolescentes e juvenis, esse álbum de 1985 até hoje soa moderno e tem letras atemporais.
Partindo de um título de um romance de Flaubert (viva o google!), o Kid Abelha, que à época tinha em seu nome o apêndice ‘e os abóboras selvagens’ (???) e hoje se chama Kid, fez um disco marcante pra todos aqueles que eram adolescentes na época e, porque não, para aqueles curiosos sobre músicas e letras relevantes no Brock.
1985: época do Rock in Rio, festival no qual o grupo aqui resenhado teve um desempenho sofrível, a Paula Toller na época achava que bastava o microfone. Desafinava... Mas depois fizeram a opção cjavascript:void(0)erta pelo profissionalismo.
Ao disco: inicia bem, com ‘Lágrimas e chuva’, uma música que tocou muito nas boates da moda e nas festinhas americanas (o que aconteceu com elas?), sem atentar para o fato que a letra é extremamente depressiva, o que ficou claro na releitura da música no disco ‘Audio retrato’, do Leoni (que receberá seu post também, claro). Por falar nele, este foi seu último álbum no Kid Abelha. Tem um solo assobiável do Bruno Fortunato, um dos guitarristas brasileiros mais subestimados, com um extremo bom gosto para timbres de guitarra limpos e solos discretos porém marcantes.
Segue com ‘Educação sentimental II’, que vem antes da I (?), música em parceria com Herbert Vianna (momento Caras: na época rolou um affair entre ele e a Paula, pra quem inclusive teriam sido compostas algumas músicas de fossa dos Paralamas). Letra boa (‘a vida que me ensinaram como uma vida normal tinha trabalho, dinheiro, família, filhos e tal’; ‘agora você vai embora eu não sei o que fazer, ninguém me ensinou na escola, ninguém vai me responder’) arranjo bom, destaque do disco.
‘Conspiração internacional’ tem de relevante a idéia de que ‘todo mundo acho que o Rio de Janeiro não é bonito como foi no passado’, e só.
‘Os outros’ é a música que a Paula fez pra mim...hahaha, brincadeira, essa era (é?) a fantasia de todo adolescente que achava ela linda, e olha que ela é bem melhor hoje em dia. Mas todo mundo se imagina sendo a pessoa pra quem ela (ou alguém importante) canta a música. ‘Depois de você, os outros são os outros, e só’.
‘Amor por retribuição’ e ‘Um dia em cem’ são as músicas dispensáveis do disco.
‘Educação sentimental’ lida com o tema da estranheza da sedução (ou das tentativas e frustrações) na adolescência, fantasiando sobre o que se imagina ser o poder de ser realmente sedutor (‘ninguém vai resistir se eu usar os meus poderes para o mal’). Leoni é realmente um excelente compositor. Tem também um solinho legal do Bruno que emenda com o riff conhecido da música.
‘Garotos’ é outro ponto alto do álbum, apesar da música ser meio arrastada, não fazendo jus à excelente letra, que vale a reprodução integral:
Garotos gostam de iludir
Sorrisos, planos, promessas demais
Eles escondem o que mais querem
Que eu seja outra entre outras iguais
São sempre os mesmo sonhos
De quantidade e tamanho
Garotos fazem tudo igual
E quase nunca chegam ao fim
Talvez você seja melhor que os outros
Talvez quem sabe goste de mim
São sempre os mesmos sonhos
De quantidade e tamanho
Garotos perdem tempo pensando
Em brinquedos de proteção
Romances de estação
Desejo sem paixão
Qualquer truque contra a emoção
(Cruel pra nós, Garotos, que a letra seja tão real. Mais ainda porque, como canta o Leoni, 'Garotos, perto de uma mulher, são só garotos').
‘Uniforme’ é das mais ou menos, mas a letra compensa a música esquecível (‘eu ouço sempre os mesmos discos, repenso as mesmas ideias’, ‘e quantos uniformes ainda vou usar e quantas frases feitas vão me explicar, será que um dia a gente vai se encontrar? quando os soldados tiram a farda pra brincar’).
‘A fórmula do amor’, que fez mais sucesso na voz de Leo Jaime, termina bem o disco, retomando o tema do poder da sedução, ou pelo menos o desejo de descobrir (‘ainda encontro a fórmula do amor’). Continuamos procurando.
‘Uniforme’ é das mais ou menos, mas a letra compensa a música esquecível (‘eu ouço sempre os mesmos discos, repenso as mesmas ideias’, ‘e quantos uniformes ainda vou usar e quantas frases feitas vão me explicar, será que um dia a gente vai se encontrar? quando os soldados tiram a farda pra brincar’).
‘A fórmula do amor’, que fez mais sucesso na voz de Leo Jaime, termina bem o disco, retomando o tema do poder da sedução, ou pelo menos o desejo de descobrir (‘ainda encontro a fórmula do amor’). Continuamos procurando.
E o Kid continua aí, sobrevivendo ao teste do tempo e ao bombardeio da crítica.
Parabens, Dao! Esse foi um dos seus melhores posts. Bem mais interessante que aqueles papos tecnicoschatos que vc gosta hehehe
ResponderExcluirDestaco outro grande verso:
"Sera que existe alguem ou algum motivo importante, que justifique a vida ou pelo menos esse instante".
O Kid Abelha sempre foi muito subestimado e sacaneado. Eh bom jazer justica. Valeu!
Abs, LM
O disco é ota mil, e o site tambem falow!
ResponderExcluirAMOR POR RETRIBUIÇÃO não é dispensável, não. É uma bela música do grupo. Quanto pouco caso.
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