quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Iniciando bem: Wave - Tom Jobim - 1966


Clichês não são bem vindos em nenhuma resenha por aqui, mas às vezes são inevitáveis.
Tom Jobim é phoda (do latim 'phoddum').
E esse disco, com arranjos do Claus Ogerman, é muito foda.
Praticamente sem vocais, com conduções suaves e discretas e criativas de cordas emoldurando as harmonias e melodias perfeitas do Antônio Brasileiro, esse disco não é conhecido como deveria, apesar do repertório impecável.
A própria faixa título não é a versão mais conhecida e tocada nas rádios easy listening. Até porque provavelmente os seus ouvintes queiram ouvir vozes. Mas inicia com dois pés direitos o discaço.
Destaco 'Batidinha', por conter a consagrada síncope da bossa-nova, copiada a rodo depois em estilos soníferos muzak e trilhas de elevador. Pena não tocarem esse discos nos elevadores da vida...
'Triste', mais uma sensacional canção do Mestre, nem precisa de letra pra 'dizer' o que tem que dizer.
'Lamento' é a mais uma conhecida, aqui é cantada pela voz fraca do Tom, que também toca violão impecável (privilegiado pela mixagem, bem 'na cara') em todo o disco, além do conhecido piano e 'harpsicord', seja lá o que for isso.
Outros músicos de destaque no disco são Ron Carter no baixo (cara onipresente na bossa nova, apesar de americano) e o batera Dom Um Romão (grafado como Domum no disco!).
Completam o repertório: The red blouse, Look to the sky, Mojave, Dialogo (linda), Antigua e Captain Bacardi.
Gravado em 1967, lançado pela A&M Records.
Mal sabia ele o quanto seria diluída sua música mundo afora.

4 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa, Dão! Vamos contribuir!
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Não consigo imaginar indicação melhor para abrir o Blog...

    ResponderExcluir
  3. Todo mundo que escreve sobre música adora usar o palavrão "Foda"(exceto os críticos profissionais).Sem dúvida uma das palavras mais feias da língua brasileira.

    ResponderExcluir