sexta-feira, 8 de abril de 2011

Flor atômica, Stress



O título aqui poderia ser também 'o imprevisto improvável que não deu em nada', mas 'não deu em nada' poderia ser injusto com algumas definições da expressão.

O Stress, grupo de heavy metal paraense (!!) de 1974 (!!!), gravou este disco no boom do rock brasileiro pós-rock in rio, quando a mídia descobriu os 'metaleiros', expressão horrível que infelizmente pegou.
Mais surpreendente foi ter sido lançado pela multinacional PolyGram, que provavelmente acreditava na viabilidade comercial do gênero depois do sucesso no citado festival.

Gravado no Rio, contou com o guitarrista Alex Magnum e o baixista J.Bosco, da banda Metal Pesado, de Niterói, RJ, já que os membros originais não puderam se deslocar de Belém para a gravação. O primeiro disco de 1982 (provavelmente o primeiro disco de heavy metal brasileiro) também foi gravado no Rio e na época a banda chegou a encher o Circo Voador, devido principalmente ao fato da música 'O oráculo de judas' tocar direto na saudosa rádio Fluminense.

O disco é muito bem gravado, com guitarras pesadas mas nítidas, vocais excelentes e uma bateria tipicamente barulhenta.
Claro que temos todos os clichês do Metal: gritinhos em falsete, refrões em coro, solos velozes etc etc etc.
As letras surpreendem com temas sociais e críticas ao sistema, levando inclusive a muitas censuras (maus tempos).

'Heavy metal' tem um letra quase caricatural, mas empolgante pros adeptos. Além de um riff muito legal que começa o disco empolgando.
'Não desista' mantém o pique, com velocidade e vocais agudos.
'Mate o réu' é mais hard rock, com uma guitarra menos distorcida e um ritmo mais cadenciado.
A faixa título começa com uma guitarra limpa e cresce com peso e um belo riff. Clássica.
'Esperando o messias' é das mais chatinhas, a voz começa a soar repetitiva.
'Forças do mal' começa com o típico grito agudo metal, mas depois se mostra uma instrumental de primeira, com muitas mudanaças de tempo e dinâmicas. Excelente pra bater a cabeça.
'Inferno nuclear' mantém o tema do disco, nada de mais.
'Sodoma e Gomorra' é meio estranha, começa com uns solos de bateria, tem uns vocais atípicos, quebrados. Legal e original.
'Tributo ao prazer' é mais rock'n'roll, mais festiva, destoa um pouco mas contribui.
E como reza (ops) a tradição, finalizamos a conhecida balada metal, 'Jennie', começando lenta com teclados e voz sutil, cresce com peso e tem um belo solo.

Enfim, vale pela história, pela originalidade e pioneirismo. Difícil é achar, acho que nem saiu em cd...
E a banda, depois de interromper as atividades em 1987, retornou em 1996, lançando cd e dvd!
Eu ouvi que eles abririam pro Iron Maiden em Belém, mas não sei se realmente rolou.

2 comentários:

  1. Pela capa, antes mesmo de ler o texto, já sabia que era coisa do Dão.

    Lanço o 1º desafio do blog: Dão, desafio vc a indicar um do Agnaldo Timóteo.

    É como se diz: ficar com mulher gostosa é fácil!

    ZEBA.

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  2. O que é realmente "Não deu em nada"…? No mínimo, muito subjetivo e depende única e exclusivamente de seu ponto de vista. Eu digo que é a primeira banda de Heavy Metal do Brasil e Flor Atômica é o primeiro disco de Heavy Metal a ser lançado por uma gravadora multi nacional no Brasil. Vale dizer que o Stress abriu espaço para o Sepultura, etc, etc, etc…. Agora eu pergunto: Não deu em nada?

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