quinta-feira, 17 de março de 2011

20 anos de rock brasil cd 2


Continuamos a apreciação de mais um cd dessa coleção de 4.
O cd2 inicia bem, com a zen-surfista 'Como uma onda' do hitmaker supremo Lulu Santos, em parceria com o onipresente Nelson Motta. Belíssima e cheia de boas sacadas e timbres caprichados.
'Pro dia nascer feliz' foi mais uma música de sucesso do Barão Vermelho, a princípio gravada pelo catador de pérolas Ney Matogrosso. Rock'n'roll visceral e carioca, ponto alto de shows até hoje.
'Uniforme' é uma música fraca do Kid Abelha, que poderia estar melhor representado nesse cd, mas não fui eu que fiz a seleção...
O Ultraje a Rigor aparece com um clássico da new wave brasileira, só que com bateria de verdade. Mais uma letra genial do Roger, música pra dançar nas danceterias (como se dizia nos idos dos anos 80), solinho preguiçoso e interessante. 'Rebelde sem causa': "como é que eu vou crescer sem ter com quem me rebelar?".
'Música urbana', se não me engano - e eu me engano bastante, é uma música do Aborto Elétrico, banda primitiva do trovador Renato Russo, mas aqui vem embalada pela superprodução com metais synth quase cafonas, pianos suingados e aqueles conhecidos 'ô ô ôs' do Dinho. Gosto muito! 'E essa aqui eu dedico ao amigo distante Xampu, ilustre e feliz morador da nossa capital, onde as ruas têm o cheiro de gasolina'. E onde não têm?
Aí chega o Ira!, com uma clássica deles, 'Núcleo base'. Adoro o Scandurra, mas sinceramente nunca gostei da voz do Nasi, então sou suspeito em dizer que pulo essa música.
'Tédio' é uma música interessante e, como muitas da época (como 'Lágrimas e chuva' ou 'Fixação', por exemplo), é uma letra depressiva/obsessiva que devido ao som de festa(?) passa batida. O grande sucesso(??) do Biquini Cavadão!
'Até quando esperar' é das minhas preferidas. Desde o início inusitado com violoncelo passando pelas belas guitarras e aquele riff surpreendente de baixo. Mas acho a letra panfletária e quase chata. E continuo esperando a resenha de 'O concreto já rachou', promessa do Xampu...
'Beat acelerado II' nos lembra da figura deliciosa à frente da brazilian one hit band Metrô, da qual eu infelizmente não lembro o nome.
O grupo feminino e feminista libertário Sempre Livre (ótimo nome; o absorvente é anterior ao grupo? será que elas receberam royalties pela ideia??) aparece com a divertidíssima 'Eu sou free', seu grande sucesso(?), regravada por mais alguém de quem eu não lembro o nome. Se não me engano a Dulce Quental saiu daqui. O interessante é que a música é de co-autoria da global Patrícia Travassos (acho que é isso).
'Só pro meu prazer' é uma das Muitas excelentes músicas do grande compositor Leoni (a já citada 'Uniforme' é dele e do Léo Jaime - olha ele aqui de novo, Mateus), com seu grupo pós-kid Abelha Heróis da Resistência. Poesia musicada ('é tudo real nas minhas mentiras' etc), piano bonito com violão bonito, bateria real emulando bateria eletrônica, guitarra de fundo com ebow, caprichada.
O Zero foi uma das muitas bandas injustiçadas que ficaram pelo caminho, com um bom disco e algumas boas composições esquecidas. Era uma das poucas com um bom vocalista que realmente sabia cantar (além de tocar saxofone!). Além de um guitarrista com sonzaço. 'Agora eu sei' foi bem executada nas rádios pops e rocks, alavancada pela participação especial do pop star Paulo Ricardo. Bela música.
'Tempos modernos' é mais um dos hits do Lulu Santos. Clássico absoluto, foi regravado pela Marisa Monte no disco 'Barulinho bom'.
E pra finalizar o cd duplo vem a banda multi platinada dos grandes tempos de venda de discos, RPM, com uma música do seu segundo disco ('ao vivo'!!), 'Alvorada voraz', com a letra datada e pseudo rebelde. Teria sido melhor se eles tivessem caído de avião, não é verdade? Mas o apelo pop e o sonzaço são inegáveis.
Depois completo com os cds 3 e 4.
(Dão)

5 comentários:

  1. Virginie (leia-se VirginÍ).

    Pra mau gosto não tem remédio, vá de Léo Ja(rgh)ime mesmo...

    Já pra memória eu recomendo Fosfosol...

    [M]

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  2. Pois é. A relação que tenho com o Rock nacional anos 80 é super bipolar. Sendo franco, foi quase tudo uma merda. Tudo muito pobre. Letras constangedoras de tão ridículas. Mas ao mesmo tempo ainda escuto com amesma vibração e gosto, tudo muito vibrante, adorável.
    Quando vc indicou essa coleção eu pensei em comprar a cx. Mas quase, digo quase mesmo, já tenho em CD ou Disco originais. Esse é o problema de gandes compilados.
    Mas a indicação foi ótima e, por favor, termine.
    Nota.1: injustiça com o Nasi, para mim inconteste.
    Nota.2: concordo com o Zero.
    Nota.3: Sempre Livre? até Angela Rorô um dia foi mais bonita que a Dulce. Mas valeu a tentativa feminina.

    ZEBA

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  3. Esses dias ouvi "até quando esperar" no rádio, musicaça mesmo! Acho que é uma das melhores de sua geração... De quem é mesmo? Você lembra?

    Como diria o saudoso Chico Science: "fumaça-a-a-a-ah"

    [M]

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  4. Plebe Rude, Mateus. Que eh melhor ainda ao vivo. Mas nao soube se reciclar como o Capital tem feito com sucesso.
    Em uma das minhas dezenas de resenhas nao terminadas eu falo da nossa pouca relacao com o rock bsb.
    Ate as bandas do Rio, em geral mais fraquinhas, tem mais ibope nesse blog de maioria paulista.
    Abraco
    LM

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  5. Não entendi a mençao ao RPM,deselogia e elogia em seguida.Quanta personalidade.

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