sábado, 20 de março de 2010
Ouvidos Uni-vos - Luiz Tatit (2005)
Há dias venho pensando em escrever uma resenha-homenagem-musical para o Glauco e para Ozetês. Queria que a música combinasse com o olhar do Glauco, com seu par de olhos serenos e redondos.
E hoje, ouvindo “Ouvidos Uni-vos”, o Luiz Tatit com aquele jeito dele de cantar claro, com sua poesia única, com sua voz que raspa o metálico e com seus sons delicados, me veio o Glauco.
E os fios entre o músico-poeta e o cartunista-músico se conectaram! Nas suas simplicidades, nas suas formas onde não cabem o resíduo, onde o mínimo é o máximo - o mínimo forte e indivisível.
Glauco economiza nos traços a nanquim, zanza pelos seus mil personagens e se reatualiza mantendo seu coração nos anos 60/70 e a cabeça no século XXI. Luiz Tatit zanza entre cantigas e baião e com seu sotaque paulistano, carrega tons vindos de uma escola musical mambembe, privilegiando a voz como instrumento.
“Ouvidos Uni-vos” é muito bonito! É um disco alegre, que rola numa espécie de galope. Um CD cheio de pequenas estórias: trata de coisinhas, como as asinhas de um pernilongo, trata de coisas grandiosas, como as dores da alma - dores que viajam da libido ao pomo-de-adão.
Luiz Tatit inventa um disco humano. Canta a gente de maneira espiral, com vida e morte.
E Glauco se foi nessa espiral.
[ANDRÉA]
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Ter os "orelhões" abertos não é para qualquer um...
ResponderExcluirO mínimo é o máximo.
PQ
Engraçado quando você vai descendo o botãozinho de rolagem do mouse e a imagem vai subindo... não consigo fugir da impressão de que esta bela capa estampa uma bela bunda... [M]
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