Ramiro Musotto : argentino com sotaque brasileiro-bahia. Um desses fantásticos músicos percussionistas que inventam sons que a princípio geram uma sensação de... qué es esto? Mas que já na segunda escutada, no entanto, o estranhamento relaxa e se transforma num... no sé lo que es, pero me encanta!
Uma música que não dá trabalho de tão boa! É uma mescla muito bem temperada de tradição com viagem eletrônica e de novo estou aqui fascinada por essas gentes que viajam pelos tempos e pelas pessoas.
“Sudaka” é um cd curto, de músicas curtas e velozes, de pouca fala. É um conjunto de sons ricos que deixa para você a responsabilidade da viagem – “Sudaka” te arranca do conforto com sua atmosfera fliperama-indígena, de alguma forma te tira da tua paz, mas deixa pra você a escolha da dança e da graça dos movimentos.
Num emaranhado de vozes, berimbau, cajas, baixo, sax e delicada programação eletrônica, Ramiro Musotto conversa com o Cinema Novo em “Antônio das Mortes”, voa até a África com "Caminho" e "Ginga". É um cd que transita o tempo todo: tá na Bahia com o Glauber Rocha, mas corre até as Índias e acrescenta algo nessa Bahia-Argentina. Tá no Ilê Aiyê de Angola com conexão direta com o Brasil. “Botellero” é a minha favorita! Voz extraída das memórias das ruas – cheia de suas palavras locais numa sequência completamente poética e musicada de uma maneira ainda sem memória, de tão moderna.
O trabalho do Ramiro nesse cd é isso: um cd cheio de pequenas-grandes conversas. Um megafone, um amplificador da cultura miúda para o mundo.
Buena onda total!
[ANDRÉA]
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ResponderExcluirnão é odara não! acho que você vai curtir, aliás acho que você vai curtir bem!
ResponderExcluirte mando alguma coisa pelo computer.
beijos